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Entenda como funciona e as polêmicas envolvendo o Aeroporto Carlos Prates, em BH

Enquanto moradores e a Prefeitura de BH defendem a desativação do aeródromo, empresas e escolas de aviação que funcionam no local reivindicam manutenção das atividades.

Enquanto moradores da vizinhança e a Prefeitura de Belo Horizonte defendem a desativação do Aeroporto Carlos Prates, pilotos em formação nas escolas instaladas no aeródromo e representantes de empresas que funcionam no local reivindicam a manutenção das atividades.

No último sábado (11), a menos de um mês para o prazo estabelecido pelo governo federal para o fim da administração do terminal pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), uma aeronave de pequeno porte caiu e atingiu duas casas no bairro Jardim Montanhês, na Região Noroeste de BH, após tentativas de pouso no Carlos Prates. O piloto morreu, e a filha dele ficou gravemente ferida.

Em portaria publicada em dezembro de 2022, o Ministério da Infraestrutura determinou a realização da transferência da exploração do aeroporto até 1º de abril de 2023. Nesta segunda-feira (13), o Governo Federal disse que suspenderá os pousos e decolagens no aeroporto a partir do dia 1º do próximo mês e que a área será repassada à prefeitura da capital mineira.

Entenda como funciona o Aeroporto Carlos Prates, relembre os acidentes ocorridos nos últimos anos e saiba os argumentos de quem é contra e favorável à desativação do aeródromo:

Como e o que funciona no aeroporto
De acordo com a Infraero, o Aeroporto Carlos Prates é um dos principais apoios à aviação executiva de Minas Gerais. O aeródromo é voltado principalmente para a formação de pilotos – inclusive os da Polícia Militar, da Polícia Federal e do Corpo de Bombeiros do estado –, aviação desportiva e de pequeno porte e construção de aeronaves.

Segundo a Voa Prates, que representa os concessionários do aeroporto, atualmente o Carlos Prates tem 15 empresas, que geram cerca de 500 postos diretos de trabalho, e aproximadamente 120 aeronaves. Além do Aeroclube do Estado de Minas Gerais, o aeródromo abriga quatro escolas de formação de pilotos. Em torno de 500 alunos são formados por ano.

Histórico de acidentes
Diversos acidentes foram registrados nas proximidades do Aeroporto Carlos Prates nos últimos anos. Relembre alguns deles:

Maio de 2012: Um avião de pequeno porte saiu da pista do aeroporto e caiu em um barranco no momento do pouso. Apenas o piloto estava na aeronave e não se feriu.
Agosto de 2012: Um helicóptero se chocou contra um barranco perto da pista do aeroporto. Duas pessoas ficaram feridas.
Novembro de 2014: Uma aeronave de pequeno porte caiu sobre uma casa localizada próxima ao Aeroporto Carlos Prates. O piloto e um aluno foram encaminhados ao hospital.
Dezembro de 2014: Um avião de pequeno porte caiu sobre a pista marginal do Anel Rodoviário depois de tentar pousar no aeroporto. O piloto ficou ferido.
Outubro de 2019: Três pessoas morreram e outras três ficaram feridas após um avião de pequeno porte cair a cerca de 1,3 quilômetro da cabeceira do aeroporto.

A favor da desativação
Após o acidente do último sábado, moradores vizinhos ao Aeroporto Carlos Prates voltaram a relatar medo e apreensão com o funcionamento do aeródromo.

A dona de casa Veralice Pereira Lima, de 47 anos, que mora próximo ao terminal desde que nasceu, diz que sempre conviveu com o temor de acidentes.

“Tenho essa lembrança de avião caindo desde pequena. A gente vive com medo constante, principalmente quando acontecem acidentes. Quando passa um avião já fico desesperada”, disse.
Ela torce para que o aeroporto seja desativado e que o terreno seja transformado em um hospital.

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