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Passageiros relatam luta para ir ao trabalho no 2° dia de greve no metrô de BH

No 2º dia de greve dos metroviários da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), sobrou passageiro e faltou ônibus para atender os trabalhadores e demais usuários que dependem do transporte público em toda a região metropolitana de Belo Horizonte.

Na Estação Eldorado, a única que fica em Contagem e que recebe um grande número de pessoas de outras cidades da Grande BH, a fila de espera pelo E019 (Estação Eldorado / Belo Horizonte) era enorme na parte da manhã.

A linha, reativada pelo Sintram (Sindicato das Empresas de Ônibus Metropolitano) excepcionalmente durante a greve, passa a cada 30 minutos, e nem assim consegue atender o grande fluxo de pessoas que precisam ir à capital.

Na espera por um ônibus, o supervisor de vendas Evandro Costa, de 46 anos, conta que é a segunda vez que ele utiliza a linha desde que o metrô entrou em greve. “Ontem eu vim pra estação, vi que estava em greve, e fui de ônibus mesmo. Pra chegar no Centro de BH foi rápido, mas tava bem lotado”, detalha.

Na mesma fila, a aposentada Neide Alves, de 72 anos, relata que precisou sair muito cedo de casa para não perder horário no dentista. “Estou marcada para às 9h e saí de casa às 6h, lá na cidade de Florestal. Acho que consigo chegar a tempo, mas pra voltar que deve demorar. Até umas 14h eu chego em casa”, avalia.

Já o Marcos Mansur, de 31 anos, que trabalha como estoquista no Mercado Central, faz as contas para saber se vai conseguir chegar a tempo no trabalho. “É o meu primeiro dia pegando esse ônibus. Com o metrô, geralmente, eu chego muito rápido. Mas de ônibus eu acho que devo atrasar um pouco, não tem jeito”, diz o trabalhador que precisou sair meia hora mais cedo de casa.

Segundo o Sintram, a linha deve permanecer ativa enquanto a greve durar. A passagem custa R$ 4,50 – mesmo valor do bilhete do metrô.

Rumos da greve
Assim como ocorreu nas outras paralisações dos metroviários em Belo Horizonte, o Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) determinou a escala mínima do serviço na região metropolitana. A decisão desta quarta-feira (14), dada pelo desembargador presidente, Ricardo Antônio Mohallem, definiu o funcionamento diário de 100% dos trens, em horários de pico (das 5h30 às 12h e das 16h30 às 23h), e de 70% dos trens nos demais horários.

Procurado, o Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG) disse que foi notificado e que avalia internamente qual será a medida tomada diante da imposição da multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento. Os responsáveis pelo sindicato poderão responder por desobediência se a medida judicial não for cumprida. Na sexta-feira (16), a categoria volta a se reunir para decidir se mantém a greve.

A categoria aderiu à greve em protesto ao processo de privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Cerca de cem mil passageiros que utilizam esse modelo de transporte serão afetados com a paralisação. A decisão pela paralisação total das atividades ocorreu na última segunda-feira (12).

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