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“É boa, é sustentável, é mineira”

Com o objetivo de estimular o consumo, mostrar os benefícios para a saúde e como é a produção sustentável da carne bovina, o Sistema Faemg Senar lançou a campanha “Carne bovina: é boa, é sustentável, é mineira”. Nos últimos anos, com preços mais elevados que as demais proteínas, a carne bovina perdeu espaço no mercado. Os preços elevados combinados com a queda de renda da população fizeram com que o consumo, que em 2018 era de 34 quilos por habitante ao ano, encerrasse o ano passado em 26 quilos por habitante, uma retração expressiva de 23,25%.

A campanha será realizada ao longo de três meses, com inserções em diferentes veículos e plataformas de comunicação, como redes sociais, jornais e emissoras de rádios.

De acordo com o presidente da Comissão de Pecuária de Corte do Sistema Faemg Senar, Nabih Amin El Aouar, a campanha vai levar informações à população sobre a importância do consumo da carne bovina para a saúde, a sustentabilidade e também sobre a cadeia produtiva e o trabalho desenvolvido pelos pecuaristas.

“Nosso objetivo é mostrar a importância da carne bovina como alimento. Ela é essencial para a manutenção da vida humana. É um alimento riquíssimo em proteína, em aminoácidos, minerais, gordura e em vitaminas, que são essenciais para nossa sobrevivência e são encontrados somente em produtos animais”.

Ainda segundo El Aouar, a campanha também vem para desmistificar informações incorretas sobre o produto. “Nos últimos anos, a imagem da carne, do leite e dos ovos foi muito deteriorada por mitos que não foram comprovados cientificamente. Os produtos foram classificados como maléficos e causadores de doenças cardiovasculares e também câncer, principalmente, de intestino. Mas totalmente sem comprovação”.

El Aouar explica que a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) publicou estudo recente onde defende o consumo de carnes, ovos e leite como fonte essencial de nutrientes.

“A FAO, baseada em cerca de 500 artigos científicos, verificou que os nutrientes das carnes, leite e ovos são superiores aos dos vegetais e grãos. Sendo que alguns nutrientes importantes existem somente nos produtos de origem animal e não existem, na mesma quantidade e qualidade, em vegetais e grãos”.

Outro ponto que será abordado na campanha é a produção sustentável da carne bovina. Além dos pecuaristas trabalharem atendendo às legislações trabalhista, ambiental, com sanidade e bem-estar animal, através das pastagens de qualidade, há sequestro de carbono.

“Há o mito de que a produção de bovinos é causadora da poluição. Os bovinos, realmente, emitem metano, mas as pastagens sequestram o carbono. Então, propriedades que têm pastagens de qualidade conseguem até gerar crédito de carbono, com a produção sequestrando mais carbono do que emitindo”, aponta.

Quanto ao consumo, que apresentou queda nos últimos anos, El Aouar explica que vários fatores contribuíram para o cenário. Entre eles, estão o encarecimento da carne nos anos anteriores, em função do ciclo de baixa da pecuária e queda do poder de compra das famílias. Além disso, no período mais crítico da pandemia de Covid-19, o fechamento de bares, restaurantes e hotéis também impactou de forma negativa o consumo.

A expectativa é que a demanda pelo produto retome. Além da campanha promovida pelo Sistema Faemg, a queda de preços dos cortes bovinos pode contribuir para que a população consuma mais carne bovina.

“A partir do segundo semestre de 2022 até o presente momento, a pecuária está vivendo um ciclo baixista no mercado, com os preços caindo drasticamente. No primeiro semestre de 2022, a arroba do boi gordo estava cotada entre R$ 330 e R$ 340. Agora, o valor está girando em torno de R$ 180 e R$ 220”, explicou.

O produtor rural das Fazendas Reunidas, em Carlos Chagas, na região Jequitinhonha/Mucuri, Roberto Paiva, ressalta a importância de se valorizar a cadeia produtiva da carne bovina.

“A campanha é de muito valor para a carne mineira, sendo que o Estado possui o quarto maior rebanho a nível de Brasil. A campanha veio valorizar o Estado e os pecuaristas produtores rurais de Minas Gerais como um todo, Vai alavancar e valorizar esse produtor que tanto se esforça e se empenha para produzir carne, um alimento tão precioso, tão rico em proteína e que tem muita relevância tanto para a economia como para a saúde”.

Em relação ao mercado bovino, segundo Paiva, houve uma queda de preços no primeiro semestre, resultado de uma crise mundial e reflexo da queda das exportações.

Nos primeiros meses do ano, os embarques para alguns mercados, como o chinês, foram suspensos em função da confirmação de apenas um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da “vaca louca”). A medida também afetou os embarques.

“Além da crise mundial, há uma crise no mercado nacional, o que tem gerado queda no consumo. Mas as perspectivas para o segundo semestre são de recuperação. Acreditamos que o consumo vai crescer gradativamente e vários países já estão sinalizando a abertura da exportação. A carne é um alimento de muita importância e com esse trabalho de ressaltar a carne como alimento, como proteína fundamental para a saúde humana, há necessidade mundial da carne brasileira voltar a bater recordes de exportações. Assim, a arroba do boi gordo irá valorizar, voltando aos preços satisfatórios para o produtor, não só mineiro como a nível de Brasil”, disse Paiva.

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