O registro de imóveis em condomínio edilício é um procedimento essencial para formalizar a propriedade de unidades autônomas, garantindo segurança jurídica aos proprietários e a terceiros. Segundo o Dr. Kelsem Ricardo Rios Lima, especialista em Direito Registral, essa etapa envolve requisitos específicos previstos na Lei nº 4.591/1964 (Lei de Condomínios) e na Lei de Registros Públicos, assegurando que cada unidade e sua fração ideal de terreno sejam devidamente individualizadas.
Registro de imóveis e sua função no condomínio edilício
O registro de imóveis é o ato que confere validade e eficácia à aquisição, transferência ou constituição de direitos reais sobre bens imóveis. No caso do condomínio edilício, ele tem a função de individualizar juridicamente as unidades, possibilitando que cada uma tenha matrícula própria. De acordo com o Dr. Kelsem Ricardo Rios Lima, esse procedimento protege o direito de propriedade e permite operações como venda, financiamento e locação de forma segura.
Instituição e especificação do condomínio
Para que seja possível o registro de imóveis em condomínio edilício, é necessário instituir e especificar o condomínio por meio de ato formal. Isso é feito mediante escritura pública ou instrumento particular, contendo descrição detalhada do terreno, das áreas comuns e das unidades autônomas, além da indicação das frações ideais atribuídas a cada unidade. Esse documento deve ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis para que produza efeitos perante terceiros.
Documentos necessários
O processo exige apresentação de documentação como título aquisitivo do terreno, projeto aprovado pela prefeitura, memorial descritivo das unidades e áreas comuns, além da convenção de condomínio. Conforme explica o Dr. Kelsem Ricardo Rios Lima, a convenção é fundamental para estabelecer regras de convivência, direitos e deveres dos condôminos, além da forma de administração do empreendimento. É importante que todos os documentos estejam em conformidade com as exigências legais e técnicas para evitar exigências do cartório.
Matrícula individualizada das unidades
Após o registro da instituição e especificação do condomínio, cada unidade autônoma recebe matrícula própria no Cartório de Registro de Imóveis. Essa individualização é o que possibilita a plena autonomia jurídica da unidade, permitindo sua livre negociação, oneração ou uso como garantia em operações financeiras. A matrícula individual também registra eventuais alterações, como reformas, penhoras ou transferência de propriedade.

Importância do registro para a segurança jurídica
O registro de imóveis em condomínio edilício garante que a situação de cada unidade esteja clara e acessível a terceiros, evitando disputas de propriedade. Além disso, dá publicidade aos atos praticados, permitindo que qualquer interessado consulte a matrícula e verifique a existência de ônus ou restrições. Essa transparência fortalece a confiança nas transações e reduz riscos de litígios.
Regularização de condomínios antigos
Muitos condomínios antigos não possuem registro regular, o que impede a individualização das unidades e dificulta a transferência de propriedade. A regularização envolve a elaboração dos documentos exigidos pela legislação, aprovação dos órgãos públicos competentes e registro no cartório. Esse processo, embora mais trabalhoso, é indispensável para garantir a plena validade jurídica das unidades e possibilitar sua comercialização.
Integração com a incorporação imobiliária
Em empreendimentos novos, o registro de imóveis em condomínio edilício está diretamente ligado ao processo de incorporação imobiliária. O incorporador deve apresentar ao cartório todos os documentos previstos na Lei de Incorporações, permitindo a comercialização das unidades antes mesmo da conclusão da obra. O registro assegura que os compradores tenham seus direitos resguardados e que a entrega das unidades ocorra de forma regular.
Considerações finais
O registro de imóveis em condomínio edilício é um passo indispensável para a formalização da propriedade e para a organização jurídica do empreendimento. Ele garante segurança nas transações, protege os direitos dos proprietários e assegura que cada unidade seja tratada de forma autônoma. Como destaca o Dr. Kelsem Ricardo Rios Lima, investir na regularização e no registro adequado é fundamental para evitar problemas futuros e valorizar o patrimônio.
Autor: Harris Stolkist