A ética empresarial é um dos pilares que sustentam o êxito e a legitimidade de qualquer processo de recuperação judicial. De acordo com o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, sócio do escritório Pimentel & Mochi Advogados Associados, o respeito à ética reforça a credibilidade das empresas perante o Judiciário, os credores e o mercado.
Pois, ao adotar práticas transparentes e responsáveis, o empresário demonstra compromisso com o cumprimento da lei e com a continuidade sustentável do seu negócio. Interessado em saber mais sobre? Nos próximos parágrafos, abordaremos como a ética empresarial pode determinar o rumo e a efetividade da recuperação judicial.
Por que a ética é indispensável na recuperação judicial?
Segundo o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel, a recuperação judicial é um mecanismo jurídico que permite às empresas em crise financeira reorganizarem suas atividades, preservando empregos e evitando a falência. Contudo, para que esse instrumento produza resultados legítimos, é essencial que o devedor atue de forma ética, apresentando informações verdadeiras, respeitando os credores e cumprindo os compromissos assumidos no plano aprovado.

Tendo isso em vista, a falta de ética no processo, como a omissão de dívidas, manipulação de dados ou a tentativa de fraudar o Judiciário, compromete a confiança dos credores e pode resultar na conversão da recuperação em falência. A transparência é, portanto, não apenas uma virtude moral, mas uma exigência jurídica e estratégica, como frisa o Dr. Lucas Gomes Mochi, também sócio do escritório.
Dessa forma, para o empresário, agir eticamente significa manter a coerência entre o discurso e a prática. Isso envolve desde o respeito aos contratos até a responsabilidade social e ambiental, fatores que reforçam a imagem da empresa e facilitam sua retomada de credibilidade no mercado.
Como a ética empresarial fortalece o cumprimento da lei?
A ética empresarial não é apenas uma questão de conduta interna, mas também de conformidade legal. De acordo com o Dr. Lucas Gomes Mochi, em uma recuperação judicial, todas as ações devem respeitar os princípios estabelecidos na Lei nº 11.101/2005, especialmente os de boa-fé, função social da empresa e preservação da atividade econômica. Ou seja, a ética funciona como um elo entre a lei e a prática empresarial. Ela garante que o plano de recuperação não seja visto como um artifício para adiar dívidas, mas como uma medida legítima de reorganização.
Além disso, contribui para que o empresário adote uma postura colaborativa com o administrador judicial, o Ministério Público e o juiz responsável pelo caso. Portanto, empresas que pautam suas decisões pela ética tendem a evitar litígios desnecessários e a reduzir o custo emocional e financeiro da reestruturação. O que também cria um ambiente de confiança, essencial para a renegociação com fornecedores, bancos e trabalhadores.
Quais práticas éticas podem ser aplicadas na recuperação judicial?
A aplicação prática da ética empresarial na recuperação judicial envolve uma série de medidas concretas que impactam diretamente o resultado do processo. Entre elas, destacam-se:
- Transparência nas informações: manter registros contábeis atualizados e verídicos, prestando contas de forma clara aos credores e ao Judiciário.
- Cumprimento dos prazos e obrigações: respeitar o cronograma processual, evitando atrasos e demonstrações de má-fé.
- Negociação justa com credores: adotar uma postura equilibrada nas tratativas, reconhecendo direitos e buscando soluções viáveis para todas as partes envolvidas.
- Responsabilidade social e ambiental: alinhar o plano de recuperação a práticas sustentáveis, o que contribui para a imagem institucional e atrai investidores.
Essas ações reforçam o compromisso da empresa com a legalidade e demonstram que o pedido de recuperação não é uma fuga de responsabilidades, mas um passo consciente em direção à reestruturação, como comenta o Dr. Rodrigo Gonçalves Pimentel. Desse modo, a ética é o diferencial que transforma a recuperação em um verdadeiro projeto de reconstrução empresarial.
A importância da ética empresarial na recuperação judicial
Em última análise, a relação entre recuperação judicial e ética empresarial ultrapassa os limites da lei. Trata-se de um compromisso com a transparência, com a justiça e com a responsabilidade diante dos credores e da sociedade. Assim sendo, atuar com ética durante o processo é o que garante não apenas a aprovação do plano de recuperação, mas a confiança necessária para que a empresa volte a crescer de forma sólida e respeitada.
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