Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, autora de Bichos Vermelhos e estudiosa da arte-educação, defende que a infância é o momento ideal para cultivar valores, afetos e consciência coletiva. Ao unir expressão artística e aprendizado social e ambiental, esse método permite que as crianças percebam o mundo de forma sensível e participativa, valorizando as relações humanas, a cultura e o meio ambiente.
Descubra com Lina Rosa Gomes Vieira da Silva como a arte-educação pode transformar infâncias e despertar pequenos cidadãos para um mundo mais justo e consciente!
Por que a arte-educação é essencial para o desenvolvimento social das crianças?
A arte, quando integrada à educação, ajuda a criança a reconhecer suas emoções, a lidar com diferenças e a respeitar o próximo. No contato com histórias como as de Bichos Vermelhos, as crianças passam a compreender o valor da biodiversidade e o impacto das ações humanas no meio ambiente, de maneira acessível e prazerosa. Lina Rosa Gomes Vieira da Silva destaca que a leitura e o contato tátil com livros e atividades manuais resgatam uma experiência concreta em tempos digitais, estabelecendo vínculos entre o conhecimento e a afetividade.

Além disso, a arte é uma linguagem universal e inclusiva, capaz de alcançar crianças de diferentes contextos sociais e culturais. Ao apresentar animais ameaçados como personagens próximos e carismáticos, Bichos Vermelhos dá nome, cor e história a espécies que antes eram apenas dados distantes. Essa humanização simbólica permite à criança perceber que a vida natural é tão importante quanto a humana e que preservar o meio ambiente é um compromisso de todos. Assim, a arte-educação contribui para formar cidadãos atentos aos direitos da natureza e da coletividade.
Outro fator importante é o estímulo ao pensamento crítico e à criatividade. Projetos que unem arte e educação, como os realizados por grupos como o Aliança, propõem atividades que convidam as crianças a refletir, sugerir soluções e se expressar. Nesses espaços, surgem ideias sobre reciclagem, cuidado com os animais, ocupação consciente dos espaços públicos e respeito à diversidade. A criança deixa de ser apenas espectadora e passa a ser autora de suas ideias e atitudes, elemento central na formação de uma sociedade mais participativa e ética.
Como projetos artísticos podem transformar a consciência ambiental infantil?
Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, entendedora do assunto, lembra que a infância atual, muito mediada por telas e tecnologias, vive um afastamento crescente da natureza e das experiências sensoriais. Iniciativas como Bichos Vermelhos resgatam essa aproximação, oferecendo à criança a oportunidade de tocar, montar e conhecer histórias de animais que correm risco de desaparecer. Esse contato lúdico e manual aproxima o pequeno leitor da biodiversidade brasileira, transformando um tema sério em uma brincadeira educativa. E é nesse jogo que se plantam as sementes da consciência ambiental.
Projetos de arte-educação que abordam a preservação ambiental, como o Espetaculix citado anteriormente, são fundamentais para levar conteúdos ecológicos de forma leve e criativa às escolas e comunidades. Ao unir teatro, música, literatura e tecnologia, essas ações educam para a sustentabilidade e mostram às crianças que cada atitude conta na proteção do meio ambiente. A arte, nesse sentido, atua como mediadora de saberes e emoções, capaz de sensibilizar e mobilizar os pequenos para ações coletivas e transformadoras.
Qual o papel da arte-educação na formação de uma cidadania ativa e inclusiva?
A arte-educação atua diretamente na valorização da diversidade cultural, ambiental e social. Ao apresentar diferentes realidades, personagens e temas, ela ensina às crianças o respeito às diferenças e a importância da inclusão. Lina Rosa Gomes Vieira da Silva destaca que o livro Bichos Vermelhos, além de alertar para o risco de extinção de espécies, é uma metáfora sobre tudo aquilo que desaparece diante da indiferença social: culturas, saberes populares, histórias e direitos. Quando a criança entende isso desde cedo, desenvolve uma postura mais acolhedora e cidadã.
Por fim, a arte-educação constrói pontes entre gerações e saberes. Ao resgatar brincadeiras, histórias e músicas populares, ela valoriza o patrimônio cultural e incentiva a troca entre crianças, familiares e comunidades. Esse convívio reforça a ideia de que cidadania se aprende também no cotidiano, em rodas de conversa, em apresentações de teatro, em leituras compartilhadas. Lina Rosa Gomes Vieira da Silva defende que, ao integrar arte e educação, garantimos às crianças não só o direito de aprender, mas de participar ativamente na construção de um mundo mais justo, afetivo e plural.
Autor: Harris Stolkist